Macondo RPG "você pode ser o que você quiser... ou não!"
Mensagens : 222 Data de inscrição : 16/07/2008
| Assunto: a carta; Qua Jul 16 2008, 21:39 | |
| A CartaHalloween Theme Song - Michael Myers Li em algum lugar certa vez que a completa escuridão dói aos olhos tanto quanto um forte e súbito feixe de luz. É desesperador acordar e ter a impressão de que não se acordou. Você não sabe. Você não vê. Você não lembra. O ar úmido invade seus pulmões e você sente vontade de tossir, mas você permanece parado. Talvez por opção, talvez porque você percebeu que realmente não consegue se mexer. Paralisado. Petrificado. Somente seus olhos giram loucamente em suas órbitas, como se pedissem socorro. Talvez você tenha vontade de gritar. Ou chorar. Ou talvez você queira permanecer parado. Como você fazia quando criança. Lembra? Lembra de quando você achava que tinha um monstro no seu quarto e você ficava quietinho e prendia a respiração para que ele não te achasse? Talvez seja melhor fechar os olhos, prender a respiração e ficar imóvel. Talvez tenha realmente um monstro em seu quarto. ----------------------- Você acorda de novo. Quanto tempo se passou desde a última vez em que esteve acordado? Você se dá conta que essa pergunta parece estranhamente sem resposta. Você não consegue lembrar. Seus músculos doem como se você tivesse sido espancado. E você nem ao menos se lembra se isso aconteceu de fato. Você só não está na mais completa escuridão porque uma luz fraca entra por algum lugar que você ainda não conseguiu definir bem. Suas vistas estão embaçadas. Você está tonto. Você tenta se levantar uma vez. Cai. Talvez consiga na segunda tentativa. Ou na terceira. Ou na quarta... Quando finalmente de pé, você se arrasta até um interruptor que se destaca na parede. Luzes! Seus olhos ardem diante da claridade inesperada. Por instinto, você coloca a mão sobre seu rosto para se proteger daquele inimigo implacável. Suas pernas perdem as forças e você escorrega pela parede até cair sentado no chão. “Mas que diabos...” você pensa enquanto seus pensamentos se embaralham. Você está em um quarto alto de paredes brancas, sem janelas, exceto por um quadrado de 0,2x0,2 metros no teto por onde entra uma suave corrente de ar. No canto há uma cama com colchão, forrada com um lençol de algodão branco com um travesseiro macio sobre ela. E só. Você permanece parado. Os pensamentos continuam a não fazer o menor sentido. Tudo parece tão surreal. Talvez você esteja sonhando. E então algo começa a se formar. Sim! São chamativas como o letreiro de um bordel de subúrbio. Ou elegantes como a propaganda de um hotel caro em um outdoor no centro da cidade. Mas elas estão ali, desenhadas em sua mente como se você pudesse tocá-las nesse instante. E então, sem perceber, você sussurra automaticamente: “Macondo”. | |
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